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Eu, coruja...

Eu, coruja...
Observo o que ninguém vê.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

TPM

"A noite chovia seus baldes, passional e absoluta feito mulher fértil. Eu voltava prá casa, mochila nas costas, pensando nas desgraças todas do mundo, seguindo meu caminho no quase escuro - que a vida tem desses momentos quase escuros - e enfiei o pé numa poça d'água - tão funda quanto a Baía da Guanabara - que se me espirrou nos olhos e estaquei.
Olhei à minha volta, respiração presa. Não havia um espectro de gente a quem se pudesse amaldiçoar.
Num atmo de fúria, fechei o guarda-chuva e o apontei aos buracos todos do passeio, rogando sobre eles e à Prefeitura as Sete Pragas do Egito - que agora serviam bem de culpados por todos os infortúnios e incompletudes da vida.
Eu era uma coisa toda molhada - como que um cuspe da tempestade - e tinha inteira me esvaziado.
Olhei prá cima. A Lua me olhava sem me ver e me senti livre por ser tão desimportante. Eu era mais uma, porém única prá mim.
Então caminhei pela calçada, metendo os pés em toda poça que não tivera tempo de amaldiçoar, até chegar ao prédio onde moro.
O porteiro me liberou a entrada e eu estava, de novo, em casa. Subi as escadas correndo, um chuveiro quente me aguardava...
...
E o instante anterior...?
Ficou ontem... não volta mais.
Liguei o chuveiro - quanto me vou durar?...
...
Os minutos todos me esperam!..."

                                                (Jordana Lima Duarte)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

PORTAL VOLTADO PARA JOVENS ALERTA PARA VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

Portal voltado para jovens alerta para a violência contra as mulheres


Só este ano, Santa Catarina registrou mais de oito mil casos de violência doméstica

Nesta terça-feira foi dado mais um passo no combate à violência contra as mulheres. A plataforma jovem Violência Contra as Mulheres - Quebre o Ciclo, foi apresentado na manhã desta terça-feira, na Estação Pinacoteca, em São Paulo.

A plataforma conta com Redes sociais, enquetes, fóruns, biblioteca, quiz e podcastings, animações e vídeos com situações do dia-a-dia, tais como a violência contra as mulheres se apresenta.

Com o slogan Violência contra as Mulheres - Quebre o Ciclo, a plataforma jovem reúne sites que estimulam a conscientização da juventude, especialmente estudantes do ensino médio sobre violações dos direitos humanos das mulheres por meio de violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. O objetivo é trazer novos públicos para a discussão sobre a violência contra as mulheres.

O projeto é uma iniciativa do Unifem Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher), com investimento do Instituto Avon e faz parte das campanhas mundiais Una-se pelo fim da violência contra as mulheres, convocada pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e Diga não - una-se pelo fim da violência contra as mulheres, liderada pela embaixadora do Unifem-ONU Mulheres, Nicole Kidman.



Em Santa Catarina

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa do Cidadão (SSP) — com base no número de boletins de ocorrência que registraram violência contra mulheres em Santa Catarina — este ano, até o dia 18 de novembro, houve 218 casos de estupro; 8408 de violência doméstica — Lie Maria da Penha — e 56 de homicídios passionais.

DIARIO.COM.BR

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A MULHER, O HOMEM E A PRAÇA

Sou uma mulher nua no meio da praça. Estou despida de armas e qualquer tipo de proteção. Não posso dizer que vivi muito, mas as dores do mundo tornaram meu coração em remendos sobrepostos - como todo coração de mulher. Aos que me olham, pareço vestida, armada e sempre a postos para o confronto... Me olham, mas não me vêem. E há um homem que vejo caminhar também nú, mas os outros não sabem... Porque estão todos nús e com tanto medo que não podem ver que ninguém está vestido. O homem caminha em minha direção e sua atitude é intimidadora. Ele quer me subjugar porque se sente de algum modo ameaçado em seu poder - aquele poder que ele não tem, mas ninguém sabe... e nem pode saber. Ele caminha decidido e pensa que penso que está armado. Mas o vejo nú e o vejo desarmado - eu olho nos olhos dele e vejo o medo, vejo a insegurança e a certeza escondida de não ser ele melhor ou mais forte que essa mulher nua que não se encolhe diante de sua presença... Estou nua e estou no meio da praça... Não sou menor nem maior que esse homem mas ele me teme e eu a ele. Não somos iguais, nem mais bonitos um que o outro - ou mais inteligentes. Somos o complemento um do outro, um encaixe perfeito e juntos - como reza a lenda grega - desafiaremos os deuses!! Mas como todos à nossa volta, não vemos isso. Apenas vemos a ameaça, porque os deuses colocaram em nosso coração um instinto irracional de sobrevivência. Então uns perseguem, outros são perseguidos e o fim é que acabemos todos mortos, porque somos incapazes de nos encaixar e terminar a guerra... E ainda estou nua no meio da praça... e aquele homem também. Estamos parados tentando nos ler. Um segundo depois, estamos mortos.
                         
                                            (Jordana Lima Duarte)
                                                

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

EMPRESAS PROMOVEM INSERÇÃO FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO

EM NOME DAS MULHERES
(Estadão.com.br)

Empresas promovem a inserção feminina no mercado de trabalho por meio de ações de responsabilidade social

14 de agosto de 2010
16h 00


No fim do ano passado, Luci Vital Nícolas, de 50 anos, descobriu que tinha câncer de mama. O desespero rapidamente tomou conta da revendedora de cosméticos da marca Avon, principalmente porque sabia das intermináveis filas de espera dos hospitais públicos. Em conversa com sua gerente, explicou o drama pelo qual passava e recebeu ajuda. "Em dez dias, ela conseguiu um atendimento para mim no Instituto do Câncer do Hospital das Clínicas de São Paulo, onde fiz a biópsia, a cirurgia e o tratamento de quimioterapia. Poderia ter ficado até seis meses aguardando uma vaga e, com isso, o câncer teria se agravado", afirma.

A ajuda que Luci recebeu faz parte do programa Avon Contra o Câncer de Mama, mantido pelo Instituto Avon e criado em 2003. O instituto atua também em outra vertente, com a campanha Fale Sem Medo Não à Violência Doméstica. "Os mais de R$ 7 milhões arrecadados com a venda dos produtos anualmente são revertidos para essas iniciativas. Mais de 1,65 milhão de mulheres já foram beneficiadas", destaca o diretor executivo Lírio Cipriani.

A renda é destinada, por exemplo, à aquisição de mamógrafos (doados para hospitais e centros de saúde), capacitação de profissionais e estruturação de centros de prevenção de câncer de mama em hospitais de Barretos, São Paulo, e Salvador, na Bahia. Atualmente, o instituto apoia o desenvolvimento de dois portais, para que a Lei Maria da Penha seja amplamente conhecida e, assim, se possa garantir um melhor atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica.

Muitas outras empresas e organizações têm a mulher como público-alvo, incentivando projetos de capacitação e de geração de emprego e renda. Vale lembrar que, em 2008, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística contabilizou 20 milhões de mulheres brasileiras como as únicas responsáveis pelo sustento da casa. Mas o IBGE também constatou uma taxa preocupante de desocupação entre mulheres e homens de 25 a 49 anos. O índice chegou a 7,9% para as mulheres, e 3,6% para os homens.

Inclusão social. A copeira do Hospital Santa Casa de São Paulo, Maria Aparecida Silva, de 29 anos, sonhava em trabalhar como auxiliar de enfermagem, mas os R$ 320 da mensalidade do curso técnico não cabiam no seu orçamento. "No começo do ano, consegui uma bolsa de estudo e tenho feito o curso na Associação de Instrução Popular e Beneficência (Sipeb). Agora eu sinto que posso crescer e ajudar minha família." A bolsa que ela recebeu faz parte do investimento de R$ 54 mil do Instituto Lojas Renner na Sipeb.

O instituto atua em todas as comunidades onde as Lojas Renner estão presentes, com recursos de origem orçamentária, incentivos fiscais e ajuda da Campanha Mais Eu - são doados 5% da venda líquida de mercadorias durante quatro dias. "Apoiamos ações sociais que têm o objetivo de inserir a mulher no mercado de trabalho. Isso é feito, por exemplo, identificando-se oportunidades e preparando-as para processos de seleção", explica Jair Kievel, gerente de responsabilidade social do Instituto Lojas Renner.

O estímulo para que mulheres tenham seu próprio negócio tem sido a forma de atuação de empresas que investem em responsabilidade social. O Consulado da Mulher, da marca Cônsul, segue nessa direção. Em oito anos, mais de 25 mil mulheres já foram beneficiadas. "Trabalhamos assessorando outras ONGs, e também temos o nosso espaço físico em Rio Claro, São Paulo, Joinvile e Manaus", explica Leda Böger, coordenadora geral do Instituto Consulado da Mulher.

Cleide Reis, de 40 anos, foi uma das beneficiadas. Sem emprego regular durante dois anos, trabalhava somente em uma feira de artesanato nos fins de semana, vendendo acarajé e camarão. "Queria ter meu próprio negócio, mas não tinha condições financeiras. Agora participo do programa Espaço Solidário e estou aprendendo a administrar uma lanchonete."

O negócio fica dentro de um depósito da empresa, onde ela e mais 15 mulheres têm condições de aprender todo o trabalho de um comerciante, desde a parte administrativa e financeira até o manuseio e cozimento dos alimentos. "O negócio é nosso, e o dinheiro que ganhamos é dividido entre nós.

Aprendemos a colocar preço nos alimentos, todas as regras da vigilância sanitária, e a fechar o caixa."

Artesanato. Em Sorocaba, São Paulo, desponta também uma importante instituição voltada para jovens mães e seus filhos, que são enviados para lá por conselhos tutelares, varas da infância, igrejas e outras instituições. Intitulada Lua Nova, foi criada em 2000, com o propósito de resgatar e desenvolver a autoestima dessas meninas e criar alternativas de renda e trabalho para elas. Produzem, por exemplo, lindas bonecas - que já foram exportadas para a Itália - e biscoitos. E, desde 2004, têm aprendido o trabalho da construção civil. Já começaram a construir as próprias casas, como projeto-piloto.

Já a OSCIP ArteSol (Artesanato Solidário), voltada para a população de baixa renda, atua em 17 estados, assessorando cerca de 5 mil artesãs com alguns parceiros financiadores. "Conseguimos incrementar a renda de diversas famílias, resgatando uma arte que faz parte da nossa cultura", diz Maria do Carmo Abreu, presidente do Conselho Diretor do ArteSol.

O FIM DA BURCA É SÓ O COMEÇO...

http://verbeat.org/blogs/sergioleo/2010/07/o-fim-da-burca-e-so-o-comeco.html



O fim da burca é só o começo

Muito louvável o esforço do governo francês para livrar as mulheres dos grilhões impostos pela cultura machista, que aprisionam o sexo frágil a regras severas de vestimenta e aparência. Começaram pela burca, proibida, segundo argumentam, porque é uma violência contra a liberdade das mulheres. Mas, claro, isso deve ser só um passo numa batalha muito maior, do Estado contra o uso dos costumes (nos dois sentidos) para oprimir o sexo mais cheio de curvas.

O próximo alvo do governo feminista será, certamente, o outro extremo do espectro no sistema fabril, as Fashion Week mundiais, onde uma conspiração de estilistas apreciadores de efebos violenta a liberdade das mulheres, ditando de forma arbitrária que as roupas a serem vestidas pela porção feminina da sociedade devem caber em corpos esqueléticos com formas de pré-puberdade. Artigo primeiro, sobre a assinatura de Nicolas Sarkozy: estão proibidos das ruas francesas o jeans de periguete, a propaganda manipulada por computador com modelos de silhueta retocada, as operações plásticas sob motivos "estéticos".

Os xiitas da moda vão reclamar, claro, alegar que as mulheres obrigadas a seguir os padrões "estéticos" ditados por eles exercitam sua vontade própria, seu gosto pessoal, sua opção individual. Sabemos que não é assim, que seus homens e a sociedade falocrata as obrigam a esse comportamento, sob pena de marginalização social, ou coisa pior.

A coragem da França em tocar no tabu das liberdades individuais em matéria de aparência pessoal, logo ela, finalmente libertará as milhões de mulheres oprimidas pela moda despótica, que condena as fêmeas ocidentais a esconderem os corpos ou a se submeterem a mutilações ou deformações pelas quais são obrigadas a pagar quantias altíssimas.

Deve ser complicadissima a formulação legal pela qual o governo francês regulará as decisões das cidadãs para proibir os implantes de silicone, as roupas impossíveis de serem vestidas pelas gordinhas, os decotes criados para mulheres inviáveis, os modelos impostos pelas cadeias de departamento, a custa de traumas indizíveis nas mulheres normais, incapazes de seguir o padrão decretado pelos fundamentalistas do photoshop.

Mais fácil é legislar sobre a burca, porque é a opressão mais evidente, imposta de maneira mais direta. Mas a França dos semiólogos, de Foucault, Deleuze e Derrida sabe bem os mecanismos sutis de dominação sobre as mulheres e as minorias. Não ia deixar barato. Não poderia enfrentar apenas o abuso de poder dos exageros muçulmanos. Há que se pensar grande, como pensou Sarkozy, ao mirar a longas pernas de Carla Bruni.

O decreto ambicioso virá. O Estado sentiu o prazer e o dever de romper os limites do comodismo e agir em favor dos interesses das mulheres, nem que, para isso, seja necessário punir severamente as próprias mulheres a quem se quer proteger.

Aguardai, mulheres, sua libertação está próxima!!! Hoje, a burca. Amanhã, o mundo!!!!!!!!

domingo, 18 de julho de 2010

PORQUE MARCELO TAS NÃO É PETISTA...

do Blog "Pedro da Veiga"




por Marcelo Tas


Por não ser petista, sempre fui considerado “de direita” ou “tucano” pelos meus amigos do falecido Partido dos Trabalhadores. Vejam, nunca fui “contra” o PT. Antes dessa fase arrogante mercadântica-genoínica, tinha respeito pelo partido e até cheguei a votar nos “cumpanheiro”. A produtora de televisão que ajudei a fundar no início da década de 80, a Olhar Eletrônico, fez o primeiro programa de TV do PT. Do qual aliás, eu não participei. Desde o início, sempre tive diferenças intransponíveis com o Partido dos Trabalhadores. Vou citar duas. Primeira: nunca engoli o comportamento homossexual dos petistas. Explico: assim como os viados, os petistas olham para quem não é petista com desdém e falam: deixa pra lá, um dia você assume e vira um dos nossos. Segunda: o nome do partido. Por que “dos Trabalhadores”? Nunca entendi. Qual a intenção? Quem é ou não é “trabalhador”? Se o PT defende os interesses “dos Trabalhadores”, os demais partidos defendem o interesse de quem? Dos vagabundos? E o pior, em sua maioria, os dirigentes e fundadores do PT nunca trabalharam. Pelo menos, quando eu os conheci, na década de 80, ninguém trabalhava. Como não eram eleitos para nada, o trabalho dos caras era ser “dirigentes do partido”. Isso mesmo, basta conferir o currículum vitae deles. Repare no choro do Zé Genoníno quando foi ejetado da presidência do partido. Depois de confessar seus pecadinhos, fez beicinho para a câmera e disse que no dia seguinte ia ter que descobrir quem era ele. Ia ter “que sobreviver” sem o partido. Isso é: procurar emprego. São palavras dele, não minhas. Lula é outro que se perdeu por não pegar no batente por mais de 20, talvez 30 anos… Digam-me, qual foi a última vez, antes de virar presidente, que Luis Ignácio teve rotina de trabalhador? Só quando metalúrgico em São Bernardo. Num breve mandato de deputado, ele fugiu da raia. E voltou pro salarinho de dirigente de partido. Pra rotina mole de atirar pedra em vidraça. Meus amigos petistas espumavam quando eu apontava esse pequeno detalhe no curriculum vitae do Lula. O herói-mor do Partido dos Trabalhadores não trabalhava!!! Peço muita calma nessa hora. Sem nenhum revanchismo, analisem a enrascada em que nosso presidente se meteu e me respondam. Isso não é sintoma de quem estava há muito tempo sem malhar, acordar cedo e ir para o trabalho. Ou mesmo sem formar equipes e administrar os rumos de um pequeno negócio, como uma padaria ou de um mísero botequim? Para mim, os vastos anos de férias na oposição, movidos a cachaça e conversa mole são a causa da presente crise. E não o cuecão cheio de dólares ou o Marcos Valério. A preguiça histórica é o que justifica o surto psicótico em que vive nosso presidente e seu partido. É o que justifica essa ilusão em Paris…misturando champanhe com churrasco ao lado do presidente da França…outro que tá mais enrolado que espaguete. Eu não torço pelo pior. Apesar de tudo, respeito e até apoio o esforço do Lula para passar isso tudo a limpo. Mesmo, de verdade. Mas pelamordedeus, não me venham com essa história de que todo mundo é bandido, todo mundo rouba, todo mundo sonega, todo mundo tem caixa 2… Vocês, do PT, foram escolhidos justamente porque um dia conseguiram convencer a maioria da população (eu sempre estive fora desse transe) de que vocês eram diferentes. Não me venham agora querer recomeçar o filme do início jogando todos na lama. Eu trabalho desde os 15 anos. Nunca carreguei dinheiro em mala. Nunca fui amigo dessa gente. Pra terminar uma sugestão para tirar o PT da crise. Juntem todos os “dirigentes”, “conselheiros”, “tesoureiros”, “intelectuais” e demais cargos de palpiteiros da realidade numa grande plenária. Juntos, todos, tomem um banho gelado, olhem-se no espelho, comprem o jornal, peguem os classificados e vão procurar um emprego para sentir a realidade brasileira. Vai lhes fazer muito bem. E quem sabe depois de alguns anos pegando no batente, vocês possam finalmente, fundar de verdade um partido de trabalhadores.

sábado, 17 de julho de 2010

PLANALTO PROMOVE DILMA EM KIT POR VOTO EM MULHERES

Planalto promove Dilma em kit por voto em mulheres


Autor(es): Christiane Samarco, Leandro Colon

O Estado de S. Paulo - 15/07/2010


O governo federal produziu e distribuiu 215 mil cartilhas, 20 mil cartões e 3 mil livros defendendo que se vote em mulheres. Foi incluído no material um discurso da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A cartilha é intitulada Mais Mulheres no Poder e foi entregue a partidos, parlamentares e candidatos nos Estados.

Distribuição do material, por parte do governo, começou no mês passado, pouco antes do início oficial da campanha eleitoral

O governo federal produziu e distribuiu 215 mil cartilhas, 20 mil cartazes e 3 mil livros defendendo o voto nas mulheres. Também foi incluído no material um discurso de seis páginas da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

O kit foi enviado em caixas de papelão pela Secretaria de Políticas para as Mulheres ? órgão vinculado à Presidência da República ? a partidos políticos, deputados, senadores e demais candidatos nos Estados.

Apesar de ter sido elaborado em 2008 e 2009, o material só foi impresso em maio. A distribuição, por parte do governo, começou no mês passado, pouco antes do início oficial da campanha eleitoral. A capa da cartilha, intitulada Mais Mulheres no Poder Plataforma 2010, traz a imagem de um botão verde com a expressão "confirma" ? similar a uma urna eletrônica ? e a frase "eu assumo este compromisso". Ontem, a Secretaria para as Mulheres distribuiu a publicação em Brasília numa conferência sobre a mulher na América Latina.

Militante. Já o livro intitulado Mais Mulher no Poder: uma questão da democracia & Pesquisa Mulheres na Política informa ser a Presidência da República a responsável pela obra e a secretaria pela "elaboração, distribuição e informações".

A partir da página 17, Dilma relata seu passado de militante de esquerda, seu histórico no governo Lula e destaca ter sido a primeira mulher a ocupar a chefia da Casa Civil. "Eu acredito que as mulheres são capazes de assumir esses espaços e têm uma dedicação inequívoca", diz trecho do discurso feito por Dilma num seminário no ano passado.

Em carta assinada no dia 18 de junho e enviada ao Congresso, Sônia Malheiros Miguel, subsecretária de Articulação Institucional e Ações Temáticas, relata aos parlamentares detalhes sobre o livro e a cartilha. Ela avisou que, se for necessário, o governo poderá enviar mais exemplares.

Site. Em nome de Sônia Miguel está o site Mais Mulheres no Poder, que destaca a cartilha que pede votos para as mulheres com o botão verde "confirma". Ela aparece como "coordenadora-geral". O governo contribui para a manutenção do site. Em abril, por exemplo, lançou edital para contratar consultoria destinada a abastecer o seu conteúdo. No mês passado, o site oficial da campanha de Dilma indicou a visita a essa página, informando que o "governo federal" a lançou.

O custo de impressão das cartilhas, dos livros e dos cartazes foi de, pelo menos, R$ 72 mil ? o dinheiro saiu de um convênio entre o governo e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Coube à Secretaria de Políticas para as Mulheres enviar para a gráfica o arquivo com o material a ser impresso, aprovar o produto final e recebê-lo para distribuição em todo o País. Dois funcionários da secretaria foram destacados para cuidar dessa etapa de produção.

Inicialmente, seriam impressas 100 mil cartilhas ao preço total de R$ 27 mil, mas um pedido extra de mais 115 mil foi feito à gráfica contratada, acrescentando uma despesa de mais R$ 31 mil. Os livros custaram R$ 9,7 mil e os cartazes, R$ 4,7 mil.

Oposição. As caixas enviadas pelo governo ao Congresso ? cada uma com 450 publicações ? pegaram os parlamentares da oposição de surpresa. O conteúdo do material chamou a atenção por defender o voto nas mulheres com um discurso de Dilma Rousseff dentro de um livro.

A Procuradora Especial da Mulher na Câmara dos Deputados, a deputada Solange Amaral (DEM-RJ), que preside o DEM Mulher, considerou a publicação um "escândalo". A irritação do DEM deu-se também porque a cartilha cita o nome do partido entre as legendas que, alega o governo, aprovaram o seu conteúdo em 2008, num fórum nacional sobre os direitos da mulher.

"Estão tentando usar a gente para lavar a autoria da cartilha e legitimar a publicação. Querem usar o fórum para laranjar o material", diz a deputada. "O DEM nunca faria uma cartilha com essa cara, com a cara da Dilma." Irritadas, as senadoras Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Rosalba Ciarlini (DEM-RN) decidiram não levar o material para seus Estados.


CARTA RESPOSTA DA VEREADORA TIEZA AO JORNAL "O ESTADO DE SÃO PAULO"

Mais um golpe do PT; desta vez, contra as mulheres

Sobre a matéria intitulada “Planalto promove Dilma em kit por voto em mulheres”, publicada no O Estado de S. Paulo, de 15 de julho, cumpre-nos esclarecer que nós, mulheres do PSDB, DEM e PPS do estado de S. Paulo, percebemos essa sutil tentativa de impor a candidata Dilma às mulheres paulistas, tão logo chegaram os convites para o Fórum de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, realizado em São Paulo, no dia 14 de maio.

O material apresentado, o conteúdo e o formato do Fórum, anunciavam tratar-se de uma manobra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do governo federal, para atrair o voto delas – das mulheres.

Indignadas com a suspeita de um novo golpe, desta vez dirigido aos movimentos organizados em prol da maior participação política das mulheres, enviamos documento à presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, comunicando a decisão de não participarmos do Fórum.

O que lamentamos profundamente é que a cachaça que sustenta a embriaguez permanente de poder do PT e de seus aliados, seja custeada com o suor dos que sonham com um país melhor para os brasileiros e brasileiras. Desta vez o golpe foi contra as mulheres e o prejuízo – não em meias ou cueca – em milhões de caixas de papelão contendo 215 mil cartilhas, 20 mil cartazes, 3 mil livros defendendo o voto nas mulheres e ainda discurso de seis páginas da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Tudo isso distribuído à revelia dos prazos permitidos pela lei para a propaganda eleitoral, aos partidos políticos, deputados, senadores e demais candidatos nos Estados.

terça-feira, 13 de julho de 2010

IRÃ SUSPENDE PENA DE MORTE POR APEDREJAMENTO

MUNDO

12/07/2010
Irã suspende pena de morte por apedrejamentoAgências


A Justiça iraniana decidiu suspender, até segunda ordem, a pena de morte por apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, uma mulher de 43 anos acusada de adultério. O anúncio foi feito ontem pela agência oficial Irna.

"O veredicto foi suspenso por motivos humanitários e por ordem do chefe da autoridade judiciária e não será aplicado no momento", declarou Malek Ajdar Sharifi, encarregado da Justiça na província do Azerbaijão Oriental.

Mãe de dois filhos, Sakineh recebeu 99 chicotadas após ter sido considerada culpada, em maio de 2006, de ter uma "relação ilícita" com dois homens. Depois, ela foi declarada culpada de "adultério estando casada", crime que sempre negou, e condenada à morte por apedrejamento.

Mobilização

O anúncio de que a aplicação da pena "poderia ser em breve" despertou uma grande mobilização internacional, e países como França, Estados Unidos, Inglaterra e Chile expressaram suas críticas à decisão de Teerã.

Dezenas de celebridades dos mundos político e cultural, como o brasileiro Chico Buarque e a viúva de John Lennon, Yoko Ono, assinaram uma carta aberta contra o apedrejamento até a morte de Sakineh.

O texto da carta, disponível no site Save Sakineh (Salve Sakineh), pede a eliminação da prática de apedrejamento no Irã, "que viola toda e qualquer definição de direitos humanos". O documento já foi assinado por 45.230 pessoas, incluindo ainda os cantores Peter Gabriel, Sting, Annie Lennox e o brasileiro Caetano Veloso, além dos atores Colin Firth, Emma Thompson, Robert Redford, Juliette Binoche e Robert de Niro.

O romancista indiano Salman Rushdie e a ex-secretária de Estado americana Condoleezza Rice também estão na lista. "O apedrejamento é bárbaro e precisa parar", afirma nota do site.

Salve Sakineh Mohammadi Ashtiani

DEP. DIMAS RAMALHO DEBATE LEI FICHA LIMPA NA TV, AO VIVO

Dimas debate lei da Ficha Limpa, nesta terça, na TV Câmara


Por: Luis Zanini


O deputado federal Dimas Ramalho (PPS-SP) irá debater ao vivo, nesta terça-feira, no programa Expressão Nacional, da TV Câmara, às 21h30, a lei da Ficha Limpa, regra que já impede a participação de candidatos condenados pela Justiça nas eleições deste ano.

De acordo com a produção do programa, o debate deve ficar concentrado na tramitação do projeto de iniciativa popular que resultou na lei e que recebeu mais de 1,6 milhões de apoios, e na interpretação e aplicação das regras pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Além de Dimas, participam do programa o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE) e dois advogados especialistas em leis eleitorais, cujos nomes ainda não foram confirmados pela produção.

Para o deputado do PPS, a aprovação e sanção da lei representou "uma grande vitória da democracia brasileira garantida pela mobilização sociedade". A legislação da Ficha Limpa não permite candidaturas de pessoas condenadas por decisão colegiada (mais de um juíz) da Justiça por crimes de maior gravidade, como corrupção, abuso de poder econômico, homicídio e tráfico de drogas. O texto em vigor também amplia os casos de inelegibilidade e unifica em oito anos o período durante o qual o candidato ficará sem poder se candidatar

domingo, 11 de julho de 2010

UMA MULHER É MORTA A CADA DUAS HORAS NO BRASIL... AINDA.

Enviado por Ricardo Noblat - 11.7.2010
3h09m

Uma mulher é morta a cada duas horas no Brasil

Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil, deixando o país em 12 no ranking mundial de homicídios de mulheres. A maioria das vítimas é morta por parentes, maridos, namorados, ex-companheiros ou homens que foram rejeitados por elas.

Segundo o Mapa da Violência 2010, do Instituto Sangari, 40% dessas mulheres têm entre 18 e 30 anos, a mesma faixa de idade de Eliza Samudio, 25 anos, que teria sido morta a mando do goleiro Bruno.

Dados do Disque-Denúncia, do governo federal, mostram que a violência ocorre na frente dos filhos: 68% assistem às agressões e 15% sofrem violência com as mães, fisicamente, revela reportagem de Tatiana Farah na edição deste domingo do jornal O GLOBO.

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XI CONFERÊNCIA REGIONAL DA MULHER, 13 a 16 de Julho/2010

Hora de valorizar o trabalho feminino não remunerado


Qui, 08 de Julho de 2010 / Daniela Estrada, da IPS


Santiago, 8/7/2010 – Chegou a hora de os países latino-americanos valorizarem economicamente o trabalho feminino não remunerado e proporcionarem serviços de atenção a pessoas dependentes. É o que proporá a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) na XI Conferência Regional da Mulher, entre 13 e 16 deste mês, em Brasília. A recomendação consta do informe “Qual Estado para qual igualdade?”, preparado pela Cepal para este encontro intergovernamental que analisará o progresso nos compromissos assumidos pelos países na conferência anterior, de 2007, em Quito.

Segundo o documento, para alcançar a igualdade entre homens e mulheres é preciso que elas obtenham autonomia econômica, física e política. A “igualdade trabalhista”, na qual se centra principalmente a proposta da Cepal, seria indispensável para obtê-la. A participação da população feminina urbana na atividade econômica geral é de 52% na região, distante dos 78% dos homens.

Outro indicador criado em anos recentes para medir a autonomia econômica das mulheres mostra que na região 31,6% da população feminina com mais de 15 anos carece de renda própria, embora 81% das mulheres nessa situação trabalhem para familiares ou em outras tarefas não remuneradas. A Cepal estima que, se as mulheres não colaborassem com a renda familiar, os lares pobres urbanos aumentariam, em média, 9% e os rurais 6%.

“Para melhorar a autonomia econômica das mulheres pensamos que deve existir uma co-responsabilidade maior entre Estado, família e mercado”, disse à IPS a secretária-executiva da Cepal, a mexicana Alicia Bárcena. Em 12 países analisados da região, as mulheres dedicam mais tempo do que os homens ao trabalho doméstico, e sua carga total de trabalho é maior do que a deles. Segundo dados de 2007, as mulheres equatorianas, por exemplo, somam 107,5 horas semanais de trabalho total contra as 87,2 horas dos homens.

“O Estado tem o dever de atender a insuficiência de instituições públicas de atenção a crianças, idosos e incapacitados, e o dever de regular para que as empresas privadas e o mercado também proporcionem esse mesmo tipo de proteção social para as mulheres”, disse Bárcena. Outra política que poderia melhorar a autonomia econômica delas seria o direito a pensão para as maiores de 60 anos que não tenham realizado trabalho remunerado, acrescentou. O Chile, desde 2008, paga aposentadoria para mulheres nessa situação das camadas mais pobres.

Nas constituições de 1999 da Venezuela, Equador, Bolívia e República Dominicana é reconhecida a contribuição econômica e social do trabalho não remunerado e de cuidado, mas isso ainda não se traduziu em leis que os recompensem ou os incluam como uma variedade das contas nacionais. Em países como Brasil, Argentina, Costa Rica, Chile, México, República Dominicana e Uruguai foram implementadas iniciativas de igualdade de gênero na atividade empresarial, com as certificações de boas práticas, que medem a paridade em recrutamento, capacitação, carreira profissional e acesso a cargos de direção.

A vontade política cresceu, destacou Bárcena, “mas isto tem de seguir lado a lado com os recursos econômicos, de itens no orçamento fiscal”. A isso deve ser somada uma “mudança de civilidade, onde as novas gerações se corresponsabilizem de outra forma”, acrescentou.

“Os direitos econômicos das mulheres devem ser respeitados e assegurados pelos Estados em seus projetos de desenvolvimento”, disse à IPS Rebecca Tavares, representante do Fundo das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) para o Brasil e o Cone Sul da América, organismo que participará ativamente do encontro em Brasília. “A crise econômica mostrou os limites e o esgotamento das práticas financeiras e econômicas atuais”, acrescentou. A seu ver, “se faz urgente uma análise em profundidade do modelo de desenvolvimento e maiores incentivos às experiências que aproveitem o ativo potencial produtivo das mulheres em sua totalidade”. Tavares deu como exemplo os “programas de transferência condicionada de renda a grupos vulneráveis pelas dimensões de gênero, raça, etnia e condição econômica”.

Além disso, a sociedade civil apresentará em Brasília uma ferramenta de monitoramento dos compromissos assumidos pelos países nestas conferências regionais da mulher. Trata-se do ISO-Quito, criado pela Articulação Feminista Marcosur (AFM), cujos primeiros resultados foram apresentados à IPS por Lucy Garrido, da equipe de coordenação desta entidade formada por redes regionais e nacionais e organizações não governamentais de sete países sul-americanos. Com base nos dados disponíveis, de 2007, a AFM criou vários indicadores, como uma escala de 0 a 1, onde o maior valor é melhor posição.

O Índice de Paridade Econômica e Trabalhista, que mede participação no mercado de trabalho, cobertura da assistência social, salário médio urbano e incidência da pobreza, é liderado pelo Uruguai, com 0,824 ponto, entre 17 países analisados. A seguir aparecem Brasil com 0,786, Paraguai com 0,772, Peru com 0,763, Argentina com 0,748 e Equador com 0,740. O México, a segunda economia da região, aparece em 11° lugar com 0,695, e o Chile, com alto desenvolvimento humano mas uma das menores taxas de participação feminina no trabalho, está entre os últimos colocados com 0,687 ponto.

O Índice de Compromissos Institucionais, no entanto, analisa aspectos como o impulso a leis de cotas para promover a participação política feminina, a existência de normas contra a violência machista e o assédio sexual, ou a assinatura e ratificação da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (Cedaw).

Este índice, com dados de todos os países latino-americanos, também avalia a institucionalidade de gênero, a implementação de planos nacionais de igualdade e de pesquisas de uso do tempo e do trabalho não remunerado, e a legalidade de alguns casos de aborto. O país melhor situado neste caso é a Costa Rica, com 0,937 ponto, e o pior a Nicarágua, com 0,229 ponto. Outras nações com bom desempenho são Argentina, com 0,895, Equador, com 0,854 e Bolívia, com 0,833.

O Consenso de Brasília, com o qual se encerrará a conferência, destacará a melhoria das estatísticas, especialmente em matéria de violência sexista, e na avaliação e cooperação Sul-Sul de boas práticas, anunciou Bárcena. Além disso, possivelmente seja criado um observatório de políticas públicas.

IPS/ Envolverde

quinta-feira, 8 de julho de 2010

CIRCUNCISÃO FEMININA NO SÉCULO XXI

'É impossível descrever a dor', diz modelo sobre circuncisão feminina


Sáb, 03 de Julho de 2010 / Giovana Sanchez - Do G1, em São Paulo


Somali Waris Dirie escreveu livro que inspirou filme em cartaz esta semana. Em todo o mundo, até 140 milhões de mulheres sofrem com mutilação.
As histórias são parecidas: sem aviso, as meninas são levadas pelas mães a um local ermo, onde encontram uma espécie de parteira que as espera com uma navalha. Sem qualquer anestesia ou assepsia, a mulher abre as pernas das garotas - muitas vezes, crianças de menos de dez anos - e corta a região genital, num procedimento que varia da retirada do clitóris ao corte dos grandes lábios e à infibulação (fechamento parcial do orifício genital).
Com Waris Dirie não foi diferente. "Desmaiei muitas vezes. É impossível descrever a dor que se sente", disse em entrevista ao G1 a hoje modelo e ativista contra a mutilação genital feminina. Dirie nasceu num vilarejo da Somália e foi circuncisada aos cinco anos.
Após conseguir fugir de um casamento arranjado por seu pai aos 13 anos, ela foi parar em Londres, onde chamou a atenção de um fotógrafo. Dirie se tornou modelo internacional e uma ferrenha ativista contra a circuncisão feminina. Sua história, contada no livro "Flor do deserto", virou filme com o mesmo nome - em cartaz em São Paulo.
"É uma vergonha que uma tortura bárbara, cruel e inútil continue a existir no século XXI". Dirie diz que sempre sentiu que aquilo não estava certo e quando se tornou uma 'supermodelo' pode começar a luta contra a prática. Aos 45 anos, ela é fundadora de uma organização que leva seu nome e embaixadora da ONU contra a mutilação feminina.
Ela mora com a família em uma casa alugada na Etiópia e disse que está tentando convencer a cunhada a não circuncisar as filhas. "Estou confrontando a mutilação na minha própria família. Meu irmão tem seis meninas, todas menores de idade e que vivem no deserto. Minha cunhada quer mutilá-las. Por causa disso eu estou tentando trazer as meninas para um lugar seguro. Isso tira meu sono todas as noites."

Ocorrências

Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que entre 100 e 140 milhões de meninas e mulheres vivem hoje sob consequências da mutilação - a maioria na África. A organização tem uma campanha contra a prática, que considera prejudicial à saúde da mulher e uma violação dos direitos humanos.

A mutilação ocorre em várias partes do mundo, mas tem registro mais frequente no leste, no oeste e no nordeste da África e em comunidades de imigrantes nos EUA e Europa. Em sete países africanos - entre eles Somália, Etiópia e Mali - a prevalência da mutilação é em 85% das mulheres.

Um estudo da ONG Humans Rights Watch de junho deste ano (clique para ler a pesquisa, em inglês) mostra que, no Curdistão iraquiano, 40,7% das meninas e mulheres de 11 a 24 anos passaram por mutilação.

Uma declaração da OMS de 2008 contra a prática diz que a mutilação "é uma manifestação de desigualdade de gênero, [...] uma forma de controle social sobre a mulher" e que é geralmente apoiada tanto por homens quanto por mulheres. Segundo o texto, algumas comunidades entendem a circuncisão como artifício para reprimir o desejo sexual, garantir a fidelidade conjugal e manter as jovens "limpas" e "belas".

"Não tem nada a ver com religião. Todas as meninas que são vítimas de FGM [mutilação genital feminina, na sigla em inglês] também são vítimas do casamento forçado. A maioria é vendida quando criança a homens mais velhos. Eles não pagariam por uma noiva que não é mutilada. É uma vergonha para nossas comunidades, para os países que permitem a prática. Os homens temem a sexualidade feminina, essa é a verdade", explica Dirie.

E ela não é a única a falar abertamente sobre o assunto. A médica egípcia Nawal El Saadawi, também circuncisada, chegou a ser presa em seu Egito natal após falar do tema e fazer campanha contra a prática. Sua história foi contada no livro "A daughter of Isis" ('Filha de Isis'), e em outros em que aborda a questão feminina nos países do Oriente Médio.

Danos à saúde

A OMS divide a prática em quatro tipos: o tipo 1 é a remoção total ou parcial do clitóris; o tipo 2 é a retirada do clitóris e dos pequenos lábios; o terceiro tipo envolve o estreitamento do orifício vaginal pela criação de uma membrana selante, corte ou aposição dos pequenos lábios e/ou dos grandes lábios (a chamada infibulação); o tipo 4 é qualquer outra forma de intervenção por razão não médica. Os primeiros dois tipos correspondem a 90% das ocorrências de mutilação, segundo a OMS.

De acordo com a ginecologista da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) Carolina Ambrogini, a circuncisão traz riscos imediatos, como hemorragia e infecção. "Não temos registros dessa prática no Brasil. A vagina é uma região muito vascularizada, e há perigo de sangramento intenso, infecção e até de morte. As consequências a longo prazo são um possível trauma psicológico e a perda do prazer na relação sexual."

Os casos de infibulação também trazem riscos durante o parto: segundo um estudo da OMS, a mortalidade de bebês é 55% maior em mulheres que sofreram procedimentos para redução do orifício vaginal.

Polêmica nos EUA

No começo do mês de junho, a Academia Americana de Pediatria (AAP) dos EUA emitiu uma declaração indicando que talvez fosse melhor que os médicos fossem autorizados a realizar uma forma leve de circuncisão feminina nas clínicas americanas do que deixar as famílias enviarem as filhas para os países de origem que realizam o procedimento de maneira rudimentar e sem segurança. O texto gerou polêmica e muitas críticas de organizações de direitos humanos - a mutilação genital feminina é proibida por lei nos EUA - e foi retirado pela AAP.

Em entrevista ao G1 por e-mail, a presidente da AAP, Judith Palfrey, disse que a AAP "é contra todas as formas de mutilação e nunca recomendou a prática. Uma confusão foi gerada a partir de uma discussão acadêmica". A relatora da declaração, Dena Davis, disse que médicos acreditam que algumas meninas estão sendo levadas a países africanos para a realização da prática, embora não haja dados sobre isso. "O objetivo do texto era educar os médicos para tentar orientar as famílias que pedem pelo procedimento."

A última declaração da OMS contra a prática afirma que o trabalho junto às comunidades está tentando reverter o costume e tem obtido sucesso em algumas regiões, apesar da lenta taxa de redução.


"A prática continua porque o mundo não toma nenhuma atitude séria contra isso, nem a ONU nem nenhum outro país do mundo. Encontrei muitos políticos. E ouvi muito blábláblá. Mas não vejo nenhuma atitude séria para acabar com esse crime"...

terça-feira, 29 de junho de 2010

GOVERNO REGULAMENTA LEI DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Qui, 24/06/10 - 08h42


Governo regulamenta lei de mudanças climáticas

Além disso, assina resolução que institui o pagamento por serviços ambientais

(Atualizado às 11h)

As medidas adotadas pelo Estado de São Paulo colocam-no à frente do restante do País quando o assunto é a preocupação com o meio ambiente e as alterações no clima. A regulamentação da Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), assinada nesta quinta-feira, 24, pelo governador Alberto Goldman, é resultado da Lei nº 13.798, sancionada em novembro de 2009, que traça como meta a redução de 20% das emissões dos gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento do planeta. Para se ter uma idéia, a meta é quatro vezes mais rigorosa do que a definida no Protocolo de Kyoto.

"Isso é algo quase inédito a nível mundial. É um trabalho, uma perspectiva, uma meta quase inédita que, mesmo nos países que se reuniram há pouco tempo numa tentativa de buscar um acordo entre eles, a coisa acabou não se dando. Mas nós temos aqui no Estado de São Paulo essa perspectiva e queremos inclusive levá-la a um plano nacional. Para isso nós estamos aqui, constituindo um conselho gestor. Cada secretaria terá as suas metas, responsabilidades e seu trabalho. Nós faremos uma avaliação periodicamente para acompanhar a evolução dessa meta que queremos avançar", afirmou o governador.

Um dos destaques do decreto é o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Com ele, pela primeira vez no Brasil, um Estado cria um programa para remuneração de produtores rurais que protejam recursos naturais em suas propriedades. Nesta primeira fase, o PSA vai restituir pequenos agricultores que preservem as nascentes dentro de seus terrenos por meio do projeto Mina D'Água. Cada proprietário receberá entre R$ 75 e R$ 300 por nascente a cada ano, valor que varia de acordo com as condições ambientais. O FECOP (Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição) já reservou R$ 3,5 milhões para o programa só neste ano. Os projetos de PSA também incluem conservação de remanescentes florestais e recuperação de matas ciliares, a serem anunciados em breve.

Controle mais rígido

Uma grande inovação nas regras estaduais de preservação ambiental também foi criada também nesta quinta-feira com a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) e o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE). A AAE é a análise dos impactos ambientais das atividades humanas e será incorporada nas políticas, planos e programas de governo, buscando o desenvolvimento sustentável. A AAE prevê os rumos deste desenvolvimento, a serem revistos a cada cinco anos. Já o ZEE visa à formulação de políticas de planejamento, ordenação e gerenciamento do território, de modo a convergir o desenvolvimento econômico com propostas de conservação ambiental. Assim, o Estado ganhará um mapa com as áreas mais frágeis e de maior potencial de desenvolvimento.

O documento, assinado pelo governador, cria o Conselho Estadual de Mudanças Climáticas, responsável por audiências públicas para discutir questões relacionadas à mudança de clima, além da proposição de medidas de controle e adaptação. Com a assinatura, também fica criado o Comitê Gestor, que acompanhará a elaboração e implementação dos planos e programas definidos no decreto. O comitê vai avaliar e monitorar o cumprimento da meta global e das metas setoriais e intermediárias de redução de emissão de gases de efeito estufa.

O decreto ainda institui programas e planos voltados à inovação tecnológica, energia, transporte, construção civil, educação ambiental e para ações emergenciais e mapeamento de áreas de risco. Há também o programa de crédito Economia Verde, que oferece recursos para entidades privadas na implementação de ações que reduzam as emissões de gases de efeito estufa. Os recursos, da Nossa Caixa Desenvolvimento, ultrapassam R$ 1 bilhão.

Confira aqui a íntegra do decreto assinado pelo governador Alberto Goldman, a ser publicado nesta sexta,  no Diário Oficial do Estado de SP.


Da Secretaria do Meio Ambiente

AssuntosMeio Ambiente

domingo, 6 de junho de 2010

PESQUISA MOSTRA QUE UMA EM CADA SETE MULHERES JÁ ABORTOU NO BRASIL


Pesquisa revela que uma em cada sete mulheres já abortou no Brasil

Segundo estudo da UnB, cerca de 80% delas têm religião, 64% são casadas e 81% são mães

05 de junho de 2010
21h 09

BRASÍLIA - Uma em cada sete brasileiras entre 18 e 39 anos já abortou. Cerca de 80% delas têm religião, 64% são casadas e 81% são mães. Isso é o que mostra o primeiro levantamento direto sobre o aborto no País, feito pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com o Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero.

DivulgaçãoSegundo IBGE, 5,3 milhões de mulheres já abortaramForam entrevistadas 2.002 mulheres, das quais 15% declararam já ter abortado. De acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número representa 5,3 milhões de mulheres.

Um dos mitos derrubados pelo estudo é o de que abortar é mais comum em classes sociais mais baixas e entre adolescentes. "Quem aborta é a mulher comum, é sua prima, namorada ou vizinha", afirma um dos coordenadores do estudo, o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Marcelo Medeiros.

O aborto ocorre em todas as classes sociais, mas, na maioria das vezes - aproximadamente 35% dos casos -, a mulher recebe entre dois e cinco salários mínimos. A faixa etária em que há mais abortos vai de 20 a 24 anos. Cerca de 24% das entrevistadas declararam ter feito o aborto nessa idade.

Os dados da pesquisa são inéditos porque até agora os números sobre aborto no Brasil eram baseados em estimativas indiretas, como a procura por serviços públicos de saúde após um aborto.

Para Medeiros, o dado mais surpreendente é o de que 55% das mulheres são internadas logo após o aborto. "É uma taxa muito alta e isso é gravíssimo, porque significa não só que essas mulheres precisaram ir a um hospital, mas que permaneceram lá com sérias complicações de saúde", afirmou.

O pesquisador defende a descriminalização do aborto como forma de reduzir os danos à saúde da mulher. "Esses números terão impacto nas discussões sobre a legislação; afinal, agora sabemos que a mulher que aborta está no nosso cotidiano. Você quer que sua conhecida que abortou seja presa?", questiona.

Atualmente, só é permitido abortar se a gravidez oferece risco à vida da mãe ou quando é resultado de estupro. Ainda este ano, o Supremo Tribunal Federal deve decidir sobre a permissão da retirada do feto também em casos de anencefalia (má-formação que impede o desenvolvimento do cérebro).

No Congresso, deve ser votado o Estatuto do Nascituro, lei que garante proteção jurídica aos embriões, o que eliminaria a possibilidade de aborto legal em qualquer caso, inclusive no de estupro.

POR QUÊ SERRA?

O artigo que segue é de Peterson Ruan - Pres. da JPS-SP


POR QUÊ SERRA?


O Partido Popular Socialista nas eleições de 2002 apostou nas propostas do PT, com isso, demonstrou apoio e foi às ruas no segundo turno. A juventude brasileira acreditava no avanço da democracia, com a transição do Poder na República Federativa do Brasil a Luis Inácio Lula da Silva, operário e líder sindical, com discurso moralista e independente. Não à corrupção!

No primeiro ano de governo da gestão Lulopetismo o PPS buscou dialogar com a equipe do Planalto, principalmente, nas matérias de competência da União, realizou seminários e audiências públicas, sempre focado no fortalecimento da democracia e no interesse público. Ciro Gomes assume o Ministério da Integração Nacional.

Aquele governo que todos esperavam no combate a corrupção e na implantação de políticas públicas focadas na inclusão social, não tinha a cara daquela oposição que na maioria das vezes foi uma oposição irresponsável. O PT e seus aliados não criavam alternativas e o jogo de distribuição de cargos e comandos de empresas estatais já iniciava. Não restou outra alternativa ao PPS.

Logo no início do segundo ano de governo Lulopetismo o PPS tentou mais uma vez dialogar, visando o avanço e as reformas que o Brasil precisaria enfrentar nos próximos anos, mas esse não era o foco daquele governo. A equipe do Lulopetismo transparecia desinteresse e o único discurso era FOME ZERO.

O PT deve muito à saudosa Ruth Cardoso, que dos programas sociais de transferência de renda de sua autoria, iniciados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também protagonista do Plano Real no governo de Itamar Franco (PPS), o governo Lulopetismo transforma em bolsa família e, amplia alianças com outros partidos políticos e parlamentares. Custo alto à nação!

Naquele ano de 2004 o PPS rompe com o Lulopetismo entregando a Lula o Ministério da Integração Nacional e o próprio Ministro Ciro Gomes, que logo filiou-se ao PSB. Nesse mesmo ano o país passaria por um processo eleitoral nos municípios e o PPS já discutia o Poder Local e as Reformas, provocando o Instituto Teotônio Vilela e a Fundação Astrogildo Pereira darem continuidade nos debates, com a realização do I Colóquio entre Socialistas e Social-Democratas.

Ali nascia uma discussão ampla e democrática, ao contrário do governo Lulopetismo que proliferava os escândalos e a banalização da corrupção, seguida da impunidade. O comando do Executivo sobre o Legislativo faz do mensalão o maior propulsor no desrespeito ao Estado Democrático de Direito, desvalorizando a representatividade dos parlamentares. Ninguém preso e a impunidade declarada.

Nas eleições de 2004 o PPS apóia José Serra e não erra! Porque ao assumir a Prefeitura de São Paulo, Serra fez um governo de transformação na cidade combatendo a ineficiência do serviço público criado pelos antecessores Maluf, Pitta e Marta. Serra deu exemplo de administrador e estadista aos paulistanos, sempre respeitando as leis e valorizando as políticas públicas voltadas aos jovens.

Não foi diferente em 2006, o PPS apóia José Serra e mais uma vez não erra! Serra deixou o governo de São Paulo no mês de março do ano em curso, muito bem avaliado e, avançou nas políticas de desenvolvimento levando oportunidade aos jovens das cidades paulistas, independentemente da agremiação partidária do executivo local.

As alianças do governo Lulopetismo na América do Sul já sinalizavam um governo autoritário, vindo agravar nos deboches às leis brasileiras. As políticas de fronteira deixaram de existir, para retomarmos o controle do estado brasileiro é necessário o Ministério da Segurança para combatermos os crimes organizados e internacionais, que hoje não existe fronteira. José Serra fará!

A juventude brasileira clama por justiça social e respeito às leis. As reformas que o Brasil enfrentará somente José Serra terá equilíbrio e transparência para faze-las. A democracia será o norte do governo Serra, porque não fará aliança com o presidente do Irã e não desrespeitará os parlamentares e os partidos, respeitando a independência dos poderes.

O PPS e toda juventude tem uma única certeza, José Serra não trairá a nação e mais uma vez não erraremos, vindo ser eleito no seu governo Serra administrará o país com políticas de desenvolvimento e respeito às leis. As reformas política, administrativa, fiscal, previdenciária, educação e segurança necessitarão de José Serra Presidente!

Peterson Ruan
Presidente da JPS/SP

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Maria Paula está no centro de debate sobre o papel da mulher no humor - O Globo

Maria Paula está no centro de debate sobre o papel da mulher no humor - O Globo

FEMINISMO OU SEXISMO??

c"Dia desses, um amigo se queixou que este espaço tinha se tornado um local excludente, voltado apenas às mulheres.
...
Eu redargui, ofendida - afinal, ele me acusara de feminismo!!
E as feministas que me perdoem: houve tempo em que tal palavra aludia ao direito de as mulheres se unirem a fim de defender-se do machismo, de todas as formas cabíveis e possíveis.
O Feminismo conquistou prá nós alguns direitos, mas ainda faltam muitos. Leis foram criadas. Mentes mudaram, é verdade - mas não todas e isso vai levar um tempo, considerando que nos sabotamos a nós próprias e umas às outras, e isso é uma tradição. Não é segredo que mulheres são mais competitivas (entre si) que homens e lutar pelo direito delas não é diferente de lutar pelo direito de qualquer que esteja em desvantagem. Afinal não somos minoria como os índios, os negros enfim: na verdade somos maioria em praticamente tudo - entre os chefes de família, entre os eleitores, somos maioria em números absolutos. O que nos leva a concluir que, basicamente, temos o poder?? Rsrs... Alguém quer o poder? E prá que?
Quem tem o poder? Os homens?? E não foi o poder deles que nos oprimiu por milênios?? 
E honestamente: alguém acha que, com o poder nas mãos, seríamos magnânimas, superiores em qualquer coisa, generosas e justas??
Não, não estou confusa; não estou sendo machista e não estou defendendo os homens.
Tampouco estou sendo FEMINISTA.
O feminismo difere do machismo em que, necessariamente?
Não importa quantas sejam as respostas - a verdade só aparecerá quando o poder estiver em nossas mãos.
O prognóstico não é bom: mulheres são, comprovadamente, menos solidárias entre si do que os homens. Isso é fato.
Mulheres são menos corruptíveis? É uma teoria - discutível.
Uma coisa é haver uma ou duas mulheres trabalhando com um grupo grande de homens n'uma empresa. Outra, bem diferente, é ter um grande grupo de mulheres trabalhando juntas. 
Não faz muito tempo, tive a experiência de presenciar um evento só de mulheres, durante três dias... E havia lá meia dúzia de homens. Não vou dar relatório de tudo o que houve mas posso dizer que, em determinado momento, depois de muitos bate-bocas entre as senhoras - praticamente arruinando o evento por conta de vaidades pessoais e fome de poder - uma delas apontou um dos homens presentes e acusou a organização de machismo por permitir entre elas figuras masculinas...
Então é assim que se combate o machismo...? Então isso é feminismo?? O feminismo é o machismo do avesso? 
Pois vamos classificar direito as coisas: não se trata de machismo ou feminismo - se trata de sexismo.
E não se combate o sexismo sendo sexista...!
Devemos sim, continuar batalhando nossos espaços na sociedade, no mundo, na vida, no tempo. 
Mas como diria Ivan Alves - amigo querido - a luta pelos direitos das mulheres é parte da luta, e não uma luta à parte.
A questão feminina é uma questão humanista e interessa a todos -  não só à classe feminina
Nós, que somos mães, temos papel fundamental nisso: que tipo de homens e mulheres estamos preparando para o mundo? Em países latinos, ainda se cria meninos de modo diferente de como se cria meninas. Meninos não podem brincar com bonecas e só meninas crescem ajudando as mães nas tarefas de casa. O resultado disso é um homem que não sabe o que fazer com um bebê e uma mulher cumprindo dupla ou tripla jornada como se isso fosse normal. Porque comum não é a mesma coisa que normal.
Devemos repensar nosso papel na luta pela real democracia que, só por si, denota igualdade total entre TODOS. Entenda-se: igualdade de gênero, raça, classe social enfim - TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI, SEM DISTINÇÃO DE QUALQUER NATUREZA, reza o artido 5º da Constituição Federal.
...
Então onde entra que devemos dar aos homens o mesmo tratamento que nos deram até hoje? Isso apenas nos torna piores que eles. Sim, piores, considerando que conhecemos a opressão. Exatamente por isso devíamos ser... diferentes. E somos? Se não podemos ser generosas e justas umas com as outras, como o seremos com os homens?
...
Estou preparando um evento em Santos - SP, que pretende discutir algumas questões femininas fundamentais. E me perguntaram: 'mas é exclusivo para mulheres, não?'...
Mas é claro que não, a não ser que eu queira mostrar que tais questões são questões femininas - e elas são de toda a sociedade. Até quando se deixará de fora o homem nessa discussão? 
Ou só nos dirigiremos a eles para apresentar cobranças e queixas? 
Inteligente é ser progressista. E ser progressista é andar prá frente. E não se pode andar prá frente, carregando o passado nas costas. 
Vamos combater o sexismo com debate inteligente. Vamos VENCER o sexismo tratando ao outro como igual.
Vivemos outra era, em que já não há espaço para separatismos contraproducentes - temos um mundo prá mudar, cheio de fome e misérias, cheio de violências de todo o tipo. Sim, como mulheres, sofremos violência: então usemos as leis e lutemos contra essa violência em todas as suas facetas. Mas não é contra a classe masculina essa luta - não são eles os detentores exclusivos do preconceito, do mau uso do poder e das injustiças sociais: mulheres - e isso vemos todos os dias nos jornais - são igualmente capazes de todo o tipo de crueldade, e isso também é fato.
...
Sejamos honestos.
Sejamos verdadeiros.
Sejamos democraticos - ou seja: IGUAIS.
A partir disso, lutemos juntos - homens e mulheres. Os tempos pedem isso.
E já passa da hora."


                                       (Jordana Lima Duarte)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

SENADO APROVA FICHA LIMPA

Por Reuters, reuters.com, Atualizado: 19/5/2010 19:01

Senado aprova Ficha Limpa que vai à sanção de Lula

BRASÍLIA (Reuters) - O Senado aprovou por unanimidade nesta quarta-feira o projeto de lei chamado de Ficha Limpa, que impede o registro de candidaturas de políticos com condenação por crimes graves. Pelo entendimento dos parlamentares, caberá à Justiça decidir sobre a validade da lei já para as eleições de outubro.
A inelegibilidade será de oito anos após o cumprimento da pena.
"O Senado está fazendo a sua parte", disse o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR). "A melhoria do projeto será feita a posteriori", completou Jucá, salientando que a votação do projeto foi feita a partir de um entendimento político.
O acordo entre governo e oposição para a votação do Ficha Limpa prevê a apreciação dos projetos do pré-sal, prioritários para o governo, ainda neste primeiro semestre. A aprovação se deu também sob a garantia de votação ainda nesta quarta-feira da medida provisória que a reajusta as aposentadorias acima de um salário mínimo.
De iniciativa popular, o projeto Ficha Limpa reuniu 1,6 milhão de assinaturas e chegou ao Congresso em setembro do ano passado, sendo aprovado pelos deputados na semana passada.
O texto impede que políticos com condenação na Justiça por decisão de um colegiado disputem eleições. Permite, no entanto, que o político condenado possa recorrer para tentar suspender a inelegibilidade e participar da eleição.
Pela manhã, o projeto passou sem modificações na Comissão de Constituição e Justiça, onde ganhou urgência constitucional.
"Houve uma pressão popular, uma pressão da imprensa, acho que mesmo aqueles que eram contra o projeto se convenceram de que não dava para se interpor diante da vontade popular, da vontade da sociedade", disse o relator do projeto na comissão, Demóstenes Torres (DEM-GO).
Houve apenas duas emendas de redação, o que não devolve o projeto à Câmara e agora segue à sanção presidencial.


(Reportagem de Bruno Peres)

Edições ISKRA - Lutadoras, histórias de mulheres que fizeram história

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ativista norte-americana Dorothy Height morre aos 98 anos.

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Aos 98 anos, morre a ativista americana Dorothy Height

Agência Estado

Morreu hoje nos Estados Unidos, aos 98 anos, Dorothy Height. Como presidente do Conselho Nacional das Mulheres Negras, ela foi a principal voz feminina no movimento pelos direitos civis, nos anos 1960. Ela estava internada no Hospital da Universidade Howard, em Washington.

Quando jovem, Dorothy marchou em Nova York pedindo o fim dos linchamentos racistas. Nos anos 1950 e 1960, ela era a principal mulher a auxiliar o reverendo Martin Luther King Jr. e outros importantes ativistas a orquestrar o movimento pelos direitos civis. A falecida ativista C. DeLores Tucker chegou a qualificar Dorothy como um ícone para todas as mulheres afro-americanas.

Dorothy estava na plataforma do Lincoln Memorial, sentada a alguns passos de King, quando o reverendo proferiu seu famoso discurso "Eu tenho um sonho", durante uma marcha em Washington, em 1963. "Ele falou mais do que estava previsto", lembrou Dorothy, durante entrevista em 1997. Ela afirmou que a fala de King ecoou por gerações, pelo impacto que teve em todos.

A ativista se tornou presidente do Conselho Nacional das Mulheres Negras em 1957 e manteve o posto até 1997, quando tinha 85 anos. Ela permanecia como chairman da entidade. "Eu espero não trabalhar tão duro o resto da minha vida", disse ela certa vez. "Mas seja no conselho, seja fora, pelo resto da minha vida, eu estarei trabalhando por igualdade, justiça e para eliminar o racismo, para construir uma vida melhor para nossas famílias e crianças."

MULHERES AMERICANAS AVANÇAM MAIS NOS ESTUDOS DO QUE OS HOMENS

(AFP) – Há 8 horas


WASHINGTON — Nos Estados Unidos, mais mulheres do que homens obtêm títulos avançados, o que as torna preparadas para predominar em áreas altamente qualificadas, como a médica, legal ou acadêmica, revela um estudo divulgado nesta terça-feira.

Segundo dados do Census Bureau, 9% das adultas jovens americanas têm mestrado, doutorado ou título de graduação contra 6% dos homens. As mulheres são quase seis em cada 10 detentores de títulos avançados, acrescentou a pesquisa.

As mulheres também superam numericamente os homens nas licenciaturas: 35% das mulheres e 27% dos homens de 25 a 29 anos detêm este título universitário que representa quatro anos de estudos.

O percentual de homens americanos com licenciatura se mantém estável desde 1999, enquanto a taxa de mulheres aumentou 30% com relação ao ano passado.

Ter um título de graduação, mestrado ou doutorado é rentável, demonstrou o estudo. Os americanos com títulos avançados ganharam, em média, 83.000 dólares em 2008, contra 58.613 dólares dos que tinham licenciatura e 31.000, em média, dos que tinham apenas diploma do ensino médio.

domingo, 18 de abril de 2010

O Sorriso de Rosa Rabelo de Morais

Rosa Rabelo de Morais é minha inspiração de hoje.
Conheci Rosa há quatro anos, no chamado "mundo virtual" - uma comunidade no Orkut, de nome "Conte Comigo".
Como o nome sugere, trata-se de um grupo de pessoas que dedicam parte considerável de seu tempo e de sua vida procurando ajudar ao próximo.
Havia lá os mais presentes, que não negavam sua ajuda a nenhum anônimo que lá entrasse em busca de algum tipo de socorro. A esses eu chamava "beduínos". Entre eles estava Rosa, uma mulher linda que ama a vida, os filhos, netos, amigos e estranhos (as) que tantas vezes ajudou no meio da noite, através da rede social e do messenger.
Nunca perguntei como ela ganha a vida ou quantos anos tinha seu casamento, quando ela postou fotos de sua segunda lua-de-mel.
Pessoa em geral crédula, foi enganada algumas vezes em seu trabalho de beduína, mas não esmoreceu - sequer decepção ela pareceu sentir: riu muito da situação e de si mesma, quase como se não tivesse dores e dificuldades de qualquer ordem, como nós outros mortais.
A vida correu, os beduínos tiveram seus altos e baixos, seguiram caminhos que, aos poucos, os afastaram temporariamente do trabalho no grupo. Com alguns mantive contato constante, mas de Rosa, como de outros, tive cada vez menos notícias.
Mas como diz outra amiga da Conte Comigo - Márcia Kelly - a maior parte dos passgeiros do trem, mesmo parando em outros pontos da viagem, acabam sempre por chegar juntos à última estação. E lá estava eu, duas noites atrás, depois de dois anos, visitando o grupo no Orkut. Entrei no único tópico em que conhecia todos os postantes - e Rosa estava lá, com o mesmo jeito de falar, de se expressar, muito alegre, linda e cativante. Quem diria que, enquanto passava as noites - e muitos dias - se doando aos que estavam mais frágeis e desesperados, ela lutava contra um câncer de mama que a debilitava de todas as maneiras que se pode debilitar um ser humano.
Era entre sessões de quimioterapia que ela amparava outros considerados, por ela, mais frágeis. E sorria, postava fotos em que aparecia com os braços abertos, comemorava o casamento de uma filha, a chegada de um neto, planejava a próxima viagem e não houve um dia - salvo raras exceções - em que ela não esteve alí presente, à disposição de quem lhe chamasse ao que ela atendia prontamente.
Eu mesma não tinha conhecimento de tudo por que ela passava e vendo aquela mulher sempre de bem com a vida, eu podia jurar que ela com certeza, não sabia o significado da palavra PROBLEMA.
Ela mencionou conhecer meu blog e que até o visita, mas não sabia que é meu - e me disse ter também um, que visitei hoje à tarde. Chama-se "Flor do Dia" e imaginei ver por lá poesias, textos de ajuda e afins.
Mas o que vi - não pude ver tudo - foram pedaços do diário de uma mulher com câncer que lutava pensando que os outros eram mais importantes. As etapas, as batalhas são ali descritas com o fim de ajudar a outros que venham a sofrer o mesmo que ela. Fotos de como é feita uma reconstrução de mama, por ex, estão lá em várias versões. O blog é lindo, colorido como o de uma menina que ainda tem toda a vida pela frente. Há lá os vômitos, a falta de apetite, a perda de memória e tudo o mais que um paciente venha a sofrer, e há também as borboletas voando em torno de todo o seu relato.
Diante do retrato insólito de dor e esperança, medo e força, não sei dizer bem qual o presente maior que ela recebeu das mãos do Criador: a cura ou uma filha que esteve sempre a seu lado, alegre como ela, 24hrs por dia, 'numa relação de amor sem crises ou cansaço.
As duas venceram e Rosa Rabelo de Morais não contou sobre a doença às pessoas com quem falou: ela as segurou pela mão e trouxe bem junto, sorrindo como uma fortaleza perfumada, mostrando que a vida é um presente e deve ser intensa e maravilhosa - não importa quanto tempo ela dure.
Rosa, você está em minha galeria de mulheres inspiradoras. Obrigada.
Jordana Lima Duarte.


A quem quiser saber mais sobre minha amiga Rosa, acessem seu blog  "Flor do Dia", cujo link está em minha lista de blogs que sigo, ao pé da página.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A ROSA BRANCA DE STALINGRADO


Lily Litvak não é Amélia Earhart, piloto norte-americana, uma das pioneiras entre as mulheres na aviação mundial; não é ovacionada pela platéia dos filmes de hollywood - mas é considerada o mais famoso piloto feminino de todos os tempos. Ela pilotou com destreza durante a II Guerra Mundial derrubando doze aviões alemães em batalha - tinha apenas 22 anos. Foi apelidada de a “Rosa Branca de Stalingrado” e condecorada pela coragem que demonstrou defendendo seu país.

Lidya Vladimirovna litvak nasceu em Moscou, Rússia, em 18 de agosto de 1921. Aos quinze anos fez seu primeiro vôo solo. Quando teve início a Segunda Guerra Mundial, decidiu entrar na batalha. Com rosas brancas pintadas nas laterais de seu avião de combate Yak-1, tornou-se o pesadelo dos pilotos alemães. Lily foi, literalmente, caçada nos céus pelos nazistas que estavam decididos a ter sua vingança sobre esta mulher judia russa que havia derrotado os seus camaradas tantas vezes antes.
Na verdade Lily litvak representou uma geração de mulheres destemidas. Como ela, muitas outras mulheres foram integradas com os homens em unidades da aviação. Em 1944, milhares de meninas entraram na guerra como pilotos. Contrariaram as suspeitas e piadas masculinas com coragem e habilidade e obtiveram uma média inigualável. Ganharam ordens e medalhas e detiveram 29 títulos de Heroinas da União Soviética.
Por fim, numa das mais insanas batalhas, foi vista entre oito aeronaves alemãs, perseguindo e sendo perseguida. Após derrubar alguns caças inimigos, foi abatida. A Rússia chorou sua morte. Apesar de buscas intensas, seu corpo ficou desaparecido por várias décadas. Finalmente, em 1979, ela foi encontrada, enterrada debaixo da asa de sua aeronave. Em um funeral oficial de Estado, em maio de 1990, o Presidente Mikhail Gorbachev condecorou-a com a honraria Heroina da União Soviética e o Gold Star. Embora tenha lutado e morrido sozinha, a saga de Lilya Litvak é considerada a mais linda história da aviação mundial.
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"A Rosa de Stalingrado" (Ed. Record)

E boa leitura, vão gostar.
Abraços,

Jordana.