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Eu, coruja...

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Observo o que ninguém vê.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

PORTAL VOLTADO PARA JOVENS ALERTA PARA VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

Portal voltado para jovens alerta para a violência contra as mulheres


Só este ano, Santa Catarina registrou mais de oito mil casos de violência doméstica

Nesta terça-feira foi dado mais um passo no combate à violência contra as mulheres. A plataforma jovem Violência Contra as Mulheres - Quebre o Ciclo, foi apresentado na manhã desta terça-feira, na Estação Pinacoteca, em São Paulo.

A plataforma conta com Redes sociais, enquetes, fóruns, biblioteca, quiz e podcastings, animações e vídeos com situações do dia-a-dia, tais como a violência contra as mulheres se apresenta.

Com o slogan Violência contra as Mulheres - Quebre o Ciclo, a plataforma jovem reúne sites que estimulam a conscientização da juventude, especialmente estudantes do ensino médio sobre violações dos direitos humanos das mulheres por meio de violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. O objetivo é trazer novos públicos para a discussão sobre a violência contra as mulheres.

O projeto é uma iniciativa do Unifem Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher), com investimento do Instituto Avon e faz parte das campanhas mundiais Una-se pelo fim da violência contra as mulheres, convocada pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e Diga não - una-se pelo fim da violência contra as mulheres, liderada pela embaixadora do Unifem-ONU Mulheres, Nicole Kidman.



Em Santa Catarina

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa do Cidadão (SSP) — com base no número de boletins de ocorrência que registraram violência contra mulheres em Santa Catarina — este ano, até o dia 18 de novembro, houve 218 casos de estupro; 8408 de violência doméstica — Lie Maria da Penha — e 56 de homicídios passionais.

DIARIO.COM.BR

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A MULHER, O HOMEM E A PRAÇA

Sou uma mulher nua no meio da praça. Estou despida de armas e qualquer tipo de proteção. Não posso dizer que vivi muito, mas as dores do mundo tornaram meu coração em remendos sobrepostos - como todo coração de mulher. Aos que me olham, pareço vestida, armada e sempre a postos para o confronto... Me olham, mas não me vêem. E há um homem que vejo caminhar também nú, mas os outros não sabem... Porque estão todos nús e com tanto medo que não podem ver que ninguém está vestido. O homem caminha em minha direção e sua atitude é intimidadora. Ele quer me subjugar porque se sente de algum modo ameaçado em seu poder - aquele poder que ele não tem, mas ninguém sabe... e nem pode saber. Ele caminha decidido e pensa que penso que está armado. Mas o vejo nú e o vejo desarmado - eu olho nos olhos dele e vejo o medo, vejo a insegurança e a certeza escondida de não ser ele melhor ou mais forte que essa mulher nua que não se encolhe diante de sua presença... Estou nua e estou no meio da praça... Não sou menor nem maior que esse homem mas ele me teme e eu a ele. Não somos iguais, nem mais bonitos um que o outro - ou mais inteligentes. Somos o complemento um do outro, um encaixe perfeito e juntos - como reza a lenda grega - desafiaremos os deuses!! Mas como todos à nossa volta, não vemos isso. Apenas vemos a ameaça, porque os deuses colocaram em nosso coração um instinto irracional de sobrevivência. Então uns perseguem, outros são perseguidos e o fim é que acabemos todos mortos, porque somos incapazes de nos encaixar e terminar a guerra... E ainda estou nua no meio da praça... e aquele homem também. Estamos parados tentando nos ler. Um segundo depois, estamos mortos.
                         
                                            (Jordana Lima Duarte)