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Eu, coruja...

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Observo o que ninguém vê.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

EMPRESAS PROMOVEM INSERÇÃO FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO

EM NOME DAS MULHERES
(Estadão.com.br)

Empresas promovem a inserção feminina no mercado de trabalho por meio de ações de responsabilidade social

14 de agosto de 2010
16h 00


No fim do ano passado, Luci Vital Nícolas, de 50 anos, descobriu que tinha câncer de mama. O desespero rapidamente tomou conta da revendedora de cosméticos da marca Avon, principalmente porque sabia das intermináveis filas de espera dos hospitais públicos. Em conversa com sua gerente, explicou o drama pelo qual passava e recebeu ajuda. "Em dez dias, ela conseguiu um atendimento para mim no Instituto do Câncer do Hospital das Clínicas de São Paulo, onde fiz a biópsia, a cirurgia e o tratamento de quimioterapia. Poderia ter ficado até seis meses aguardando uma vaga e, com isso, o câncer teria se agravado", afirma.

A ajuda que Luci recebeu faz parte do programa Avon Contra o Câncer de Mama, mantido pelo Instituto Avon e criado em 2003. O instituto atua também em outra vertente, com a campanha Fale Sem Medo Não à Violência Doméstica. "Os mais de R$ 7 milhões arrecadados com a venda dos produtos anualmente são revertidos para essas iniciativas. Mais de 1,65 milhão de mulheres já foram beneficiadas", destaca o diretor executivo Lírio Cipriani.

A renda é destinada, por exemplo, à aquisição de mamógrafos (doados para hospitais e centros de saúde), capacitação de profissionais e estruturação de centros de prevenção de câncer de mama em hospitais de Barretos, São Paulo, e Salvador, na Bahia. Atualmente, o instituto apoia o desenvolvimento de dois portais, para que a Lei Maria da Penha seja amplamente conhecida e, assim, se possa garantir um melhor atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica.

Muitas outras empresas e organizações têm a mulher como público-alvo, incentivando projetos de capacitação e de geração de emprego e renda. Vale lembrar que, em 2008, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística contabilizou 20 milhões de mulheres brasileiras como as únicas responsáveis pelo sustento da casa. Mas o IBGE também constatou uma taxa preocupante de desocupação entre mulheres e homens de 25 a 49 anos. O índice chegou a 7,9% para as mulheres, e 3,6% para os homens.

Inclusão social. A copeira do Hospital Santa Casa de São Paulo, Maria Aparecida Silva, de 29 anos, sonhava em trabalhar como auxiliar de enfermagem, mas os R$ 320 da mensalidade do curso técnico não cabiam no seu orçamento. "No começo do ano, consegui uma bolsa de estudo e tenho feito o curso na Associação de Instrução Popular e Beneficência (Sipeb). Agora eu sinto que posso crescer e ajudar minha família." A bolsa que ela recebeu faz parte do investimento de R$ 54 mil do Instituto Lojas Renner na Sipeb.

O instituto atua em todas as comunidades onde as Lojas Renner estão presentes, com recursos de origem orçamentária, incentivos fiscais e ajuda da Campanha Mais Eu - são doados 5% da venda líquida de mercadorias durante quatro dias. "Apoiamos ações sociais que têm o objetivo de inserir a mulher no mercado de trabalho. Isso é feito, por exemplo, identificando-se oportunidades e preparando-as para processos de seleção", explica Jair Kievel, gerente de responsabilidade social do Instituto Lojas Renner.

O estímulo para que mulheres tenham seu próprio negócio tem sido a forma de atuação de empresas que investem em responsabilidade social. O Consulado da Mulher, da marca Cônsul, segue nessa direção. Em oito anos, mais de 25 mil mulheres já foram beneficiadas. "Trabalhamos assessorando outras ONGs, e também temos o nosso espaço físico em Rio Claro, São Paulo, Joinvile e Manaus", explica Leda Böger, coordenadora geral do Instituto Consulado da Mulher.

Cleide Reis, de 40 anos, foi uma das beneficiadas. Sem emprego regular durante dois anos, trabalhava somente em uma feira de artesanato nos fins de semana, vendendo acarajé e camarão. "Queria ter meu próprio negócio, mas não tinha condições financeiras. Agora participo do programa Espaço Solidário e estou aprendendo a administrar uma lanchonete."

O negócio fica dentro de um depósito da empresa, onde ela e mais 15 mulheres têm condições de aprender todo o trabalho de um comerciante, desde a parte administrativa e financeira até o manuseio e cozimento dos alimentos. "O negócio é nosso, e o dinheiro que ganhamos é dividido entre nós.

Aprendemos a colocar preço nos alimentos, todas as regras da vigilância sanitária, e a fechar o caixa."

Artesanato. Em Sorocaba, São Paulo, desponta também uma importante instituição voltada para jovens mães e seus filhos, que são enviados para lá por conselhos tutelares, varas da infância, igrejas e outras instituições. Intitulada Lua Nova, foi criada em 2000, com o propósito de resgatar e desenvolver a autoestima dessas meninas e criar alternativas de renda e trabalho para elas. Produzem, por exemplo, lindas bonecas - que já foram exportadas para a Itália - e biscoitos. E, desde 2004, têm aprendido o trabalho da construção civil. Já começaram a construir as próprias casas, como projeto-piloto.

Já a OSCIP ArteSol (Artesanato Solidário), voltada para a população de baixa renda, atua em 17 estados, assessorando cerca de 5 mil artesãs com alguns parceiros financiadores. "Conseguimos incrementar a renda de diversas famílias, resgatando uma arte que faz parte da nossa cultura", diz Maria do Carmo Abreu, presidente do Conselho Diretor do ArteSol.

O FIM DA BURCA É SÓ O COMEÇO...

http://verbeat.org/blogs/sergioleo/2010/07/o-fim-da-burca-e-so-o-comeco.html



O fim da burca é só o começo

Muito louvável o esforço do governo francês para livrar as mulheres dos grilhões impostos pela cultura machista, que aprisionam o sexo frágil a regras severas de vestimenta e aparência. Começaram pela burca, proibida, segundo argumentam, porque é uma violência contra a liberdade das mulheres. Mas, claro, isso deve ser só um passo numa batalha muito maior, do Estado contra o uso dos costumes (nos dois sentidos) para oprimir o sexo mais cheio de curvas.

O próximo alvo do governo feminista será, certamente, o outro extremo do espectro no sistema fabril, as Fashion Week mundiais, onde uma conspiração de estilistas apreciadores de efebos violenta a liberdade das mulheres, ditando de forma arbitrária que as roupas a serem vestidas pela porção feminina da sociedade devem caber em corpos esqueléticos com formas de pré-puberdade. Artigo primeiro, sobre a assinatura de Nicolas Sarkozy: estão proibidos das ruas francesas o jeans de periguete, a propaganda manipulada por computador com modelos de silhueta retocada, as operações plásticas sob motivos "estéticos".

Os xiitas da moda vão reclamar, claro, alegar que as mulheres obrigadas a seguir os padrões "estéticos" ditados por eles exercitam sua vontade própria, seu gosto pessoal, sua opção individual. Sabemos que não é assim, que seus homens e a sociedade falocrata as obrigam a esse comportamento, sob pena de marginalização social, ou coisa pior.

A coragem da França em tocar no tabu das liberdades individuais em matéria de aparência pessoal, logo ela, finalmente libertará as milhões de mulheres oprimidas pela moda despótica, que condena as fêmeas ocidentais a esconderem os corpos ou a se submeterem a mutilações ou deformações pelas quais são obrigadas a pagar quantias altíssimas.

Deve ser complicadissima a formulação legal pela qual o governo francês regulará as decisões das cidadãs para proibir os implantes de silicone, as roupas impossíveis de serem vestidas pelas gordinhas, os decotes criados para mulheres inviáveis, os modelos impostos pelas cadeias de departamento, a custa de traumas indizíveis nas mulheres normais, incapazes de seguir o padrão decretado pelos fundamentalistas do photoshop.

Mais fácil é legislar sobre a burca, porque é a opressão mais evidente, imposta de maneira mais direta. Mas a França dos semiólogos, de Foucault, Deleuze e Derrida sabe bem os mecanismos sutis de dominação sobre as mulheres e as minorias. Não ia deixar barato. Não poderia enfrentar apenas o abuso de poder dos exageros muçulmanos. Há que se pensar grande, como pensou Sarkozy, ao mirar a longas pernas de Carla Bruni.

O decreto ambicioso virá. O Estado sentiu o prazer e o dever de romper os limites do comodismo e agir em favor dos interesses das mulheres, nem que, para isso, seja necessário punir severamente as próprias mulheres a quem se quer proteger.

Aguardai, mulheres, sua libertação está próxima!!! Hoje, a burca. Amanhã, o mundo!!!!!!!!